Sunday, March 4, 2007

CABINDAS DENUNCIAM TRUCULÊNCIA DE FURTADO


Figuras ligadas à defesa dos direitos humanos, em Cabinda, manifestaram-se preocupadas com a advertência feita pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas segundo a qual aqueles que continuarem a contestar o plano de paz serão energicamente combatidos.

Para o activista Agostinho Chicaia, o apelo do general Francisco Furtado pode significar a continuação do clima de terror em Cabinda.
«As violações aos direitos humanos vão continuar e a tensão vai aumentar. Mas quem somos nós senão simples civis indefesos diante de quem tem uma baioneta na mão? É lamentável que um processo como este venha a terminar com arrogância e violência. O grande recado que deixamos para a classe política angolana é que o processo não terminou. Foram agora patenteados os ex-militares da FLEC-Renovada, agora há que se olhar para o povo de Cabinda que está muito indiferente a todo o processo. É preciso olhar-se para este povo, para que de facto a guerra termine e definir o novo figurino político para Cabinda já que o Memorando de Entendimento não trouxe nada de substancial».

O antigo dirigente da ilegalizada associação cívica MPALABANDA defendeu o diálogo com todas as forças que não se revêm nos acordos de paz para aquela província.

Agostinho Chicaia diz ser muito preocupante o facto de muitos militares fiéis a Nzita Tiago não terem abraçado o processo de reintegração em curso.

«Nós como defensores dos Direitos Humanos estamos muito preocupados com esta situação. A FLEC não tem apenas 600 homens. Há mais homens.

Nós conhecemos a situação actual em Cabinda, porque já trabalhamos na altura como MPALABANDA e sabemos que a situação não é esta. O mais importante é que a guerra termine e que se encontre uma solução que venha a dignificar estas pessoas. Humilhando este ou aquele não vai resolver nada porque o problema de Cabinda é de várias gerações».

Refira que o Chefe do Estado-Maior das FAA, general Francisco Pereira Furtado, deixou um recado às forças que persistirem em acções armadas contra o poder instituído, advertindo que «serão energicamente combatidas».

O homem forte do exército angolano apelou todos eles a juntarem-se «à grande família amante da paz e do progresso social antes que se torne tarde».(

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